RETRATOS ABSTRATOS

 

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Queridos! Quem me acompanha há mais tempo sabe que eu costumava realizar atendimentos profissionais de Tarot e de Astrologia, conhecimentos aos quais é dedicado esse blog. Mas a vida tem me aberto outros caminhos, e embora eu esteja no momento afastada dos atendimentos oraculares, meu interesse nunca se afastou dos mistérios da alma humana. Iniciei meu caminho na pintura simultaneamente com minha Pós Graduação em Arteterapia de Abordagem Junguiana. Desde então, minha conexão com os símbolos e com o Universo do inconsciente tem se desdobrado de inúmeras maneiras mágicas para mim. Tive acesso há um tipo de conexão com a função transcendente que vem se expressando, de forma totalmente intuitiva, através da pintura. Desenvolvi, nesse processo, uma série de trabalhos que venho chamando de Retratos Abstratos. Esses Retratos funcionam como Talismãs personalizados, desenvolvidos de forma customizada para seu portador. A ideia é que essas imagens possam conectar sua consciência ao seu Self, servindo como canal de acesso visual à energias que já habitam em seu interior. Como se você estivesse olhando para um retrato, porém de sua energia. Lembrando-se de quem você é, caso tenha se esquecido. Reconectando-se com sua essência, através de meditações sobre a tela.

Então, agora minha forma de trabalhar nesse processo simbólico e oracular é através da Pintura. Se você tiver interesse, mande um email! Os valores são acessíveis, começando em R$ 300,00 para os formatos mais simples, realizados em acrílica sobre papel, formato A3. Mas trabalho também com óleo sobre tela, acrílica sobre tela, as técnicas, suportes e tamanhos variam bastante. Abaixo, alguns exemplos de pinturas que desenvolvi especificamente dentro dessa proposta.

Nasce uma paixão

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Vulcânica. Óleo e Acrílica sobre tela. 90X70cm.

Este blog tem acompanhado mudanças intensas em minha vida e carreira. Nasceu quando eu estava mudando de profissão pela primeira vez, saindo da área de design e iniciando meus caminhos oraculares. Achei que ele morreria nessa segunda transição profissional – pois há mais de dois anos não tenho mais realizado atendimentos e ministrado aulas de astrologia e de tarot. Após alguma reflexão, contudo, decidi que o blog seguiria vivo e acompanharia os meus passos; transformaria sua persona, assim como eu.

Apesar dos meus planos e desejos iniciais, a vida exigiu que eu experimentasse novas situações e explorasse outros horizontes – internos e externos. Fui apresentada e me apaixonei, nesse meio tempo, pela pintura, e estou me dedicando cada vez mais a ela. São aulas na Abra, pós graduação em arteterapia no IJEP,  visitas à exposições e museus, estudos práticos e teóricos do ato de pintar. Acabei me descobrindo na expressão abstrata, o que nunca foi meu objetivo inicial. Na realidade, nem havia um objetivo inicial. Ao contrário do que sempre aconteceu em minhas incursões profissionais, fui deixando o universo me conduzir e me dar as pistas do rumo que deveria seguir (graças à muita terapia, mas isso fica para outro texto).

Confesso que é bastante difícil, e mesmo às vezes desanimador, pensar em investir o tempo e a energia necessários para a construção de uma nova carreira depois dos 40. Ainda estou formatando meus projetos, e pensando como posso reunir minha sensibilidade e intuição em relação ao outro com a pintura. Mas algo me diz – o chamado do self, talvez – que devo seguir nessa direção.

O processo de pintura tem sido revelador para mim em múltiplos aspectos. Prazeroso e dolorido. Excitante em alguns aspectos, chato em outros. E muito angustiante em determinadas situações. É muito difícil encontrar o equilíbrio no processo entre se auto aperfeiçoar e ter controle, por um lado; e por outro deixar fluir, deixar-se guiar.

Tive uma experiência, recentemente, que foi bastante reveladora. Eu não planejo as minhas pinturas abstratas, elas vão acontecendo e se revelando à medida em que vou pintando. Era o meu primeiro contato com uma tela grande, e quando me dei conta, percebi que estava pintando a paixão. Sim, a temática daquele quadro seria esse sentimento intenso, avassalador, que nos toma de assalto e nos deixa obcecados.

Comecei a pintar a base do quadro adorando as cores que estavam surgindo. À medida que a pintura foi avançando, entretanto, foram surgindo algumas combinações que me deixaram insatisfeita. Logo dei um jeito de seguir adiante e ainda pensei: “ilusão minha pintar um quadro sobre paixão e achar que não iria me frustrar no processo”. A pintura seguiu por mais umas duas, três horas, no final das quais eu estava completamente extasiada com o resultado, achando tudo lindo, mostrando para vários amigos e postando fotos nas redes sociais. E assim fiquei, com o quadro ali no cavalete no meio da sala mesmo, olhando para ele o tempo todo.

Passadas umas duas horas, depois de toda a empolgação, comecei a ver todo o tipo de defeito no quadro. Aquilo que antes me encheu de contentamento estava começando a me causar estranheza, sensação de vazio, de algo inacabado. Comecei a achar o quadro tosco, com cara de artesanato. E gradualmente passei a odiar o que então eu tinha amado. Disse para mim mesma que precisava tirá-lo da minha vista até o dia seguinte, porque meu desejo era o de jogar tinta por cima de tudo e acabar naquele instante com ele.

No outro dia eu o olhei com mais calma. Pensei que não estava de todo mau, mas poderia mexer aqui e ali para dar uma equilibrada – eu quis consertar a paixão. Trabalho usando óleo e acrílica. A tinta óleo é uma delícia de trabalhar, demora a secar e você consegue alterar o que está feito. Mas a acrílica seca muito rápido. No que comecei a mexer, a pintura começou a descamar. Eu pensei: “nossa, parece minha pele” (eu sempre descamo um pouco depois de tomar sol). E quanto mais eu mexia, mais estragava, e mais eu tentava arrumar, e mais pensava que era melhor não ter mexido mas agora já era, e mais frustrada eu ficava, até que dei um jeito de deixar “aceitável”, e talvez não tão perceptível. Mas eu sabia, e sei, que tem uma “mancha” ali.

Bom, para minha salvação, no outro dia tinha sessão de terapia. Eu estava tão frustrada com o quadro que já estava questionando todo meu movimento, minha vontade de seguir em frente. E minha terapeuta me fez perceber o quão simbólica e visceral tinha sido essa experiência: eu havia vivido a “paixão” não só no próprio processo de pintura, mas também na minha relação com o quadro.

Esse quadro passou por várias modificações, não havia ainda ficado satisfeita com o resultado. Vários meses depois de iniciado, peguei a tela que havia abandonado temporariamente e finalmente cheguei em um resultado que gostei, tanto em termos estéticos como expressivos. Finalmente, o quadro ficou pronto.

Como disse antes, a paixão é avassaladora. Nos toma, nos preenche, e muitas vezes até mesmo nos cega. Achamos bonitos até os defeitos, estamos tão enlevados que deixamos passar muitas coisas que tem potencial de nos incomodar. Além disso, a paixão é um sentimento tão intenso e extremado que polariza fácil para seu inverso: a ojeriza. No processo de pintar o quadro, me apaixonei por ele; depois comecei a observá-lo melhor, ver todos aqueles defeitos que estavam ali, e a paixão se transformou em aversão. Ainda tentei “consertar”, mas o quadro descamou como a “pele”. É muito interessante o simbolismo da pele descamando num quadro sobre paixão. Se por um lado a pele indica o que está na superfície, por outro está ligada diretamente ao desejo, ao contato, à química primordial entre os corpos. “É coisa de pele”. Libido.

Da mesma forma que ocorre quando vivemos grandes paixões, elas nos levam ao êxtase e ao sofrimento. E elas deixam marcas. Meu quadro sobre a paixão tem uma cicatriz, e talvez, para olhos mais treinados, seja a primeira coisa que chame a atenção. Mas o mais provável é que essa cicatriz passe despercebida, seja imperceptível. Como acontece conosco, as pessoas podem não notar a diferença entre antes e depois de passarmos por experiências dessa natureza, assim como podem não notar a diferença entre antes de depois de eu ter tentado consertar o quadro. E as pessoas podem não notar a marca, mas a marca está lá.

Hiato

DSCF3935Pela primeira vez decido publicar um texto de caráter pessoal aqui no blog. Desde o início de 2016 suspendi meus atendimentos em Tarot e Astrologia, assim como aulas, cursos e palestras. Nesse meio tempo, pessoas têm entrado em contato comigo buscando atendimento, e, na medida do possível, vou encaminhando para outros profissionais de confiança.

Mas confesso que sinto um certo desconforto comigo mesma quando perguntam minha profissão, ou que estou trabalhando. O que responder? No momento não estou trabalhando com NADA. Comecei então a me perguntar o motivo desse desconforto todo, e acabei me dando conta de coisas interessantes a respeito de mim mesma. Pela primeira vez na vida não sei exatamente o que quero, nem para onde ir. Foi diferente da minha primeira ruptura na carreira de designer para assumir a leitura oracular. Ainda que tenha passado por um período de transição, eu sabia onde queria chegar. Essa falta de controle sobre meus próprios objetivos faz com que eu me sinta sem chão. E o pior, ter que explicar isso num mundo orientado para resultados, onde TER FOCO, REALIZAR COISAS e TER SUCESSO é um mantra quase que obrigatório. Nós não temos mais tempo de recuar, parar, fazer nada, nos perder, viver o fluxo e o contrafluxo. Somos cobrados para sermos um sucesso em todas as áreas da vida: na profissão, no amor, na saúde, na família, na vida social, na aparência física, etc. Nos dias de hoje, somos constantemente julgados – por nós mesmos e pelos outros – por esses parâmetros altíssimos e impossíveis de serem atingidos. Se estamos mais introspectivos, significa que não somos populares. Se estamos num redirecionamento profissional, significa que fracassamos. Se não temos um relacionamento, automaticamente começamos a nos perguntar o que temos de errado. Se nossa saúde falha, é porque não nos cuidamos direito, não importa o tipo de doença que esteja se manifestando. Enfim, é uma pressão monumental em assumirmos papéis de perfeição em todas as áreas, e pela primeira vez eu me pergunto: onde isso irá nos levar?

Eu me constranjo muito em dizer que não estou gerando meu próprio dinheiro nesse momento de vida. Como se isso representasse que fracassei como ser humano, que não tenho capacidade de ser independente, porque eu sempre me defini pela atividade que estou exercendo no momento. Mas eu já mudei tantas vezes que acabei me dando conta de que eu não posso SER o que estou fazendo, pois posso desempenhar diversas atividades, mas essas atividades não mudam quem eu sou. Não estou simplesmente falando de fases da vida onde experimentamos coisas diferentes, mudamos gostos e afinidades e por isso vamos amadurecendo e transformando nossa personalidade, descobrindo novas nuances e trabalhando em pontos fracos. Falo sim do íntimo, da chama, da essência de vida que habita em nosso corpo.

Então o que preciso trabalhar em mim? Comecei a encarar esse processo todo de uma forma diferente faz algum tempo, e por isso decidi postar isso aqui. Talvez outras pessoas sintam angústias similares e possam e queiram dividir isso em um nível mais profundo. Quando parei de atender, muita gente me questionou o porque de eu ter parado, pois me consideravam boa oraculista. Eu expliquei as razões, e a principal delas foi por puro respeito ao oráculo e aos meus clientes. Simplesmente de uma hora para outra os significados pararam de se apresentar para mim. Apesar de todo estudo, toda experiência, os símbolos não estavam mais se comunicando comigo de uma forma coerente. Bem, charlatanismo é o que mais existe no meio esotérico, e eu não iria brincar com a confiança das pessoas e atender de qualquer jeito, falando qualquer coisa só por falar. Felizmente a vida foi generosa comigo, e me trouxe um companheiro que me permitiu realizar essa pausa nos atendimentos. Muitos amigos do meio disseram para eu continuar, que era fase, que isso passava. Mas no meu íntimo eu sabia que não deveria forçar.

Vários outros amigos, na melhor das intenções, me ofereceram ajudas e dicas para reconectar e voltar a atender. E foi aí que eu comecei a me dar conta. Eu não quero isso. E é tão contraditório, porque eu adoro atender e foi muito triste para mim quando eu simplesmente senti que não estava mais em condições de fazer isso, e tampouco eu acredito em ensinar algo que não pratico. Mas algo em mim dizia: não é a hora ainda! E aí que o processo de desconstrução fica ainda mais complicado. Como explicar isso pra mim mesma e para o mundo? Como não me julgar, me cobrando que na verdade isso não passava de uma desculpa, que estava com preguiça de trabalhar, me acomodando?

Eu tinha muito medo de que meu marido pensasse isso de mim. Mas isso era mais um problema meu do que dele, que tem me apoiado sem me questionar desde o início desse processo. Hoje eu finalmente resolvi fazer essa pergunta ao Tarot, diretamente, e tive a confirmação que buscava. Obrigada, Julio Soares, pela ajuda que você tem me dado.

Há uns dois dias atrás publiquei no facebook que estou voltando a estudar. Tenho aulas de desenho e pintura na ABRA e em breve começarei minha pós-graduação em arte terapia pelo IJEP. Eu não sei muito bem onde isso vai me levar, mas estou indo com o fluxo. Ontem, pela primeira vez, tive um insight bastante significativo. Talvez eu não seja tão inconstante profissionalmente assim, apesar das atividades aparentemente desconexas (design gráfico e digital, astrologia e tarot, projetos pessoais na área de fotografia e agora a pintura e a arte terapia). Talvez eu tenha vivido diferentes ASPECTOS de algo maior que mora em mim, e que eu estou a caminho de descobrir. E para que esse algo maior possa nascer, pelo menos na minha jornada, as partes – enquanto atividades profissionais – tiveram que morrer. Talvez esse seja o meu processo de individuação. E talvez a lição mais valiosa que eu esteja levando de tudo isso é estar aprendendo a não me definir pelo que faço, mas me aceitar pelo que sou.

 

Escravo do salário

Durante certa fase de minha vida, ouvi repetidamente essa música até que Brian Molko me convenceu:

“All it takes is one decision
A lot of guts, a little vision to wave
Your worries, and cares goodbye”

E foi assim que decidi deixar de ser “escrava do salário” com Urano cruzando meu Meio do Céu, e trabalhar com o que realmente está em mim: Astrologia, Tarot e agora também a fotografia felina.

Esse vídeo é perfeito em sua analogia… chega um ponto em que tudo a sua volta parece “descascar” para abrir espaço para visão do que é real e essencial. Em tempos de Plutão em Capricórnio e Urano em Áries, a metáfora visual não poderia ser mais apropriada.

“Run away” – você pode optar por fugir de uma situação a qual lhe oprime, ou fugir da sua essência.

A letra é forte ao comparar o tipo de atividade que desempenhamos apenas por dinheiro com prostituição:

“Run away from all your boredom
Run away from all your whoredom and wave
Your worries, and cares, goodbye”

Sabemos que nem sempre é possível se dar ao luxo de fazer o que queremos,  nem na hora que queremos. Mas se a realização profissional é uma parte importante de sua personalidade, não pode-se cair na acomodação e postergar eternamente o seu desejo pessoal. O preço é alto: doenças psicossomáticas, depressão, sensação de vazio.

Fiquem então com o clipe. Espero que sirva de inspiração para quem, como eu, já sentiu ou sente essa dúvida.

 

 

Veja também: Pure Morning

 

 

 

 

Pure Morning

Para mim é difícil expressar em palavras tudo o que sinto cada vez que assisto a esse clipe. Vale ver até o fim e experimentar a sensação antes de terminar de ler este post…

Para fazer algo inusitado é preciso coragem. É a aventura do Louco, o salto no desconhecido. Sentimos receio, hesitamos, e sim, há a possibilidade de que estejamos mesmo colocando tudo a perder, como a maioria das pessoas muitas vezes nos faz acreditar. Mas, para fazermos algo magnífico com as nossas vidas, é preciso ir em direção a nossa verdade.

(E se por acaso der errado, encontrar forças para recomeçar).

Reflexões sobre a vida e os animais

Quem me conhece, sabe da conexão especial que tenho com os felinos. São minha inspiração, meu portal, minha magia. Mas na realidade eu sempre gostei de bicho, de todo tipo. Sou do tipo que desde criança me sentia mal no zoológico porque os animais estavam enjaulados, não conseguia comer um bicho que via matarem e ficava triste porque o cachorro tinha que ficar na coleira. Não posso até hoje com passarinho em gaiola e peixe em aquário,fico nervosa.

Enfim. Por eu gostar de bicho, me interesso por bicho. E inevitavelmente sempre chegam até mim deploráveis casos de violência contra felinos (que embora cruéis e injustificados, infelizmente são muito comuns) – os gatos fazem as pessoas olharem para dentro de si mesmas e muitos não suportam essa imagem. Se você gosta de gatos, vai encontrar nesse blog diversas postagens a respeito deles, desvendando um pouco do misterioso universo felino.

Entretanto, nos últimos tempos, tem aumentado consideravelmente o número de casos noticiados de maus tratos contra cães – sempre bem aceitos pela grande maioria da sociedade. E não somente casos de violência contra câes abandonados, mas também de “donos” que matam cruelmente seus próprios animais (tiro, paulada, enterrados vivos). Gente serrando focinho de cachorro, arrastando amarrado no carro, o que é isso??? Agora eu me pergunto, no que a humanidade está se tornando? Que venha 2012, que venha o apocalipse de uma vez! Arcano XX já!

Não assisti o vídeo do Yorkshire e nem assistirei. Depois que vi um vídeo de uma foca bebê tendo sua pele arrancada enquanto ainda estava viva, para que alguma acéfala pudesse vestir um casaco, eu me prometi nunca, mas nunca mais assistir uma coisa assim se pudesse escolher. A foquinha piscava e chorava, em carne viva, uma vida transformada em uma monstruosidade, totalmente inocente e indefesa a tudo a seu redor.

Voltando ao próprio Yorkshire – fiquei chocada ao cubo saber que a mulher era enfermeira, e chocada à enésima potência ao saber que uma criança de cerca de 4 anos presenciou toda a cena. Quais serão as referências dessa criança? Ela amava o cachorrinho? Tinha uma relação especial com ele? Que tipos de traumas e feridas isso pode gerar? O tipo de trauma e ferida que a gente volta e meia presencia nas consultas. Ou não. Um treinamento para a frieza e brutalidade. Ou apenas frieza emocional, talvez. Enfim, as consequências podem ser diversas, e, na melhor das hpóteses, a criança irá se tronar um adulto que luta pelos direitos dos animais. Mas se for esse o caso, será motivada pela mágoa, pela memória, pela dor.

Então fiquei refletindo sobre como a convivência humana afeta a vida dos bichos. De como transferimos nossos valores a eles. E até na vida espiritual, porque uns tem tanto e outros não tem nada – um reflexo da raça humana. Alguns são tratados com caminhas fofas e muito carinho, outros são abandonados e outros ainda são vítimas de violência. O que me leva a perguntar: existirá karma para os animais? Em algum nível do sistema evolutivo, esses sofrimentos espirituais fazem parte da sua trajetória? Enfim, muitos questionamentos.

Se você também gosta de animais como eu e se preocupa com seu bem estar, algumas atitudes podem fazer toda a diferença:

– Adote um animal abandonado, vacine e CASTRE. A castração é um ato de amor fundamental no controle populacional, menos animais nas ruas e mais animais vivendo bem em lares amorosos.

– Se você tem preferência por animais de raça, PESQUISE as condições do local de onde você vai adquirir o seu bichinho. Existem criadores que o fazem por amor, existe os que fazem por ganância. Dá muita pena dos bichinhos que são criados sob condições péssimas, sem espaço, sem higiene, mas tente não comprar um bichinho de lá, pois você acaba salvando um e condenando muitos, infelizmente – pois o comércio é estimulado.

Se você quer um animal de raça, PAGUE O PREÇO de um lugar decente. Filhotes muito baratos significam filhotes que vêm de lugares precários. Cães e gatos amontoados em gaiolas operando como fábricas de procriação. Dá pena dos bichos, e nojo das pessoas.

Animais de raça custam caro, não só na hora de comprar mas também na hora de MANTER. Se você não tem condições de arcar com as despesas, não compre um animal de raça. Se você procura um “mais baratinho”, já é sinal de que você não tem grana para pagar os cuidados especiais no futuro.

– Evite que seus animais tenham acesso livre às ruas. Toda a sorte de tragédia pode acontecer, como envenenamentos, atropelamentos, briga com outros animais. Se você ama bichos, não vai querer que seu cachorro mate o gato do vizinho, não é? Nem que seu gato mate os passarinhos da casa ao lado…

– Se você doa / comercializa animais, certifique-se, através de questionários e, se possível, até mesmo de visitas, que seus animais irão para lares dignos. E CASTRE OS ANIMAIS ANTES DE VENDER OU DOAR! As pessoas querem cruzar os bichinhos depois, a reprodução é indiscriminada, aumentando o problema do abandono, do comércio paralelo, cruzamentos consanguíneos gerando animais fracos e doentes, e por aí vai.

Quem ama tem consciência na hora de comprar, adotar, vender, criar!

Saiba, acima de tudo, que bicho tem alma.
Mas muitas vezes somos insensíveis demais para compreendê-la, ignorantes demais para desvendá-la.

Com amor, a todos os bichos
Gi