Quem me conhece, sabe da conexão especial que tenho com os felinos. São minha inspiração, meu portal, minha magia. Mas na realidade eu sempre gostei de bicho, de todo tipo. Sou do tipo que desde criança me sentia mal no zoológico porque os animais estavam enjaulados, não conseguia comer um bicho que via matarem e ficava triste porque o cachorro tinha que ficar na coleira. Não posso até hoje com passarinho em gaiola e peixe em aquário,fico nervosa.
Enfim. Por eu gostar de bicho, me interesso por bicho. E inevitavelmente sempre chegam até mim deploráveis casos de violência contra felinos (que embora cruéis e injustificados, infelizmente são muito comuns) – os gatos fazem as pessoas olharem para dentro de si mesmas e muitos não suportam essa imagem. Se você gosta de gatos, vai encontrar nesse blog diversas postagens a respeito deles, desvendando um pouco do misterioso universo felino.
Entretanto, nos últimos tempos, tem aumentado consideravelmente o número de casos noticiados de maus tratos contra cães – sempre bem aceitos pela grande maioria da sociedade. E não somente casos de violência contra câes abandonados, mas também de “donos” que matam cruelmente seus próprios animais (tiro, paulada, enterrados vivos). Gente serrando focinho de cachorro, arrastando amarrado no carro, o que é isso??? Agora eu me pergunto, no que a humanidade está se tornando? Que venha 2012, que venha o apocalipse de uma vez! Arcano XX já!
Não assisti o vídeo do Yorkshire e nem assistirei. Depois que vi um vídeo de uma foca bebê tendo sua pele arrancada enquanto ainda estava viva, para que alguma acéfala pudesse vestir um casaco, eu me prometi nunca, mas nunca mais assistir uma coisa assim se pudesse escolher. A foquinha piscava e chorava, em carne viva, uma vida transformada em uma monstruosidade, totalmente inocente e indefesa a tudo a seu redor.
Voltando ao próprio Yorkshire – fiquei chocada ao cubo saber que a mulher era enfermeira, e chocada à enésima potência ao saber que uma criança de cerca de 4 anos presenciou toda a cena. Quais serão as referências dessa criança? Ela amava o cachorrinho? Tinha uma relação especial com ele? Que tipos de traumas e feridas isso pode gerar? O tipo de trauma e ferida que a gente volta e meia presencia nas consultas. Ou não. Um treinamento para a frieza e brutalidade. Ou apenas frieza emocional, talvez. Enfim, as consequências podem ser diversas, e, na melhor das hpóteses, a criança irá se tronar um adulto que luta pelos direitos dos animais. Mas se for esse o caso, será motivada pela mágoa, pela memória, pela dor.
Então fiquei refletindo sobre como a convivência humana afeta a vida dos bichos. De como transferimos nossos valores a eles. E até na vida espiritual, porque uns tem tanto e outros não tem nada – um reflexo da raça humana. Alguns são tratados com caminhas fofas e muito carinho, outros são abandonados e outros ainda são vítimas de violência. O que me leva a perguntar: existirá karma para os animais? Em algum nível do sistema evolutivo, esses sofrimentos espirituais fazem parte da sua trajetória? Enfim, muitos questionamentos.
Se você também gosta de animais como eu e se preocupa com seu bem estar, algumas atitudes podem fazer toda a diferença:
– Adote um animal abandonado, vacine e CASTRE. A castração é um ato de amor fundamental no controle populacional, menos animais nas ruas e mais animais vivendo bem em lares amorosos.
– Se você tem preferência por animais de raça, PESQUISE as condições do local de onde você vai adquirir o seu bichinho. Existem criadores que o fazem por amor, existe os que fazem por ganância. Dá muita pena dos bichinhos que são criados sob condições péssimas, sem espaço, sem higiene, mas tente não comprar um bichinho de lá, pois você acaba salvando um e condenando muitos, infelizmente – pois o comércio é estimulado.
Se você quer um animal de raça, PAGUE O PREÇO de um lugar decente. Filhotes muito baratos significam filhotes que vêm de lugares precários. Cães e gatos amontoados em gaiolas operando como fábricas de procriação. Dá pena dos bichos, e nojo das pessoas.
Animais de raça custam caro, não só na hora de comprar mas também na hora de MANTER. Se você não tem condições de arcar com as despesas, não compre um animal de raça. Se você procura um “mais baratinho”, já é sinal de que você não tem grana para pagar os cuidados especiais no futuro.
– Evite que seus animais tenham acesso livre às ruas. Toda a sorte de tragédia pode acontecer, como envenenamentos, atropelamentos, briga com outros animais. Se você ama bichos, não vai querer que seu cachorro mate o gato do vizinho, não é? Nem que seu gato mate os passarinhos da casa ao lado…
– Se você doa / comercializa animais, certifique-se, através de questionários e, se possível, até mesmo de visitas, que seus animais irão para lares dignos. E CASTRE OS ANIMAIS ANTES DE VENDER OU DOAR! As pessoas querem cruzar os bichinhos depois, a reprodução é indiscriminada, aumentando o problema do abandono, do comércio paralelo, cruzamentos consanguíneos gerando animais fracos e doentes, e por aí vai.
Quem ama tem consciência na hora de comprar, adotar, vender, criar!
Saiba, acima de tudo, que bicho tem alma.
Mas muitas vezes somos insensíveis demais para compreendê-la, ignorantes demais para desvendá-la.
Com amor, a todos os bichos
Gi