Urano em Áries e os Relacionamentos

Minha palestra no V Circuito Nacional de Astrologia tratou sobre a configuração celeste atual sob ponto de vista das relações humanas – tanto no aspecto social como pessoal. Que transformações nas maneiras de se relacionar vêm por aí? Como cada signo tende a se comportar dentro do quadro geral? Esses são os principais tópicos abordados, que foram desenvolvidos com mais profundidade na palestra ao vivo mas se encontram resumidos neste material digital.

Segue o link para download do material em powerpoint:
http://www.4shared.com/document/3YeRjC49/urano_aries_divulga.html

O Céu de 2010

Mudanças ativadas pela quadratura T cardinal: Urano em Áries, Saturno em Libra e Plutão em Capricórnio


Antes de mais nada, é preciso esclarecer que esta análise do céu em 2010 mostram o tipo de energia que estará predominado no âmbito coletivo, e a forma como cada pessoa lidará com essas energias é bastante individual. Os prognósticos astrológicos personalizados devem ser levantados levando-se em consideração todos os dados de nascimento: dia, mês, ano, horário e local – só assim se consegue obter uma previsão específica para cada pessoa.

Com a entrada de Urano em Áries, no final de maio, a humanidade terá oportunidade de iniciar um processo de profunda renovação na questão do “eu”, um reencontro consigo mesmo e com sua individualidade. Questões como: “o que me faz verdadeiramente feliz?” “Quem sou eu?” “O que é essencial para mim?” estarão cada vez mais presentes nas mentes e no cotidiano das pessoas. Haverá um desejo forte pela liberdade da vontade, e também a liberdade de partir em busca de territórios inexplorados.

Muitos podem aproveitar o momento para um verdadeiro despertar, rompendo com cascas e estruturas que não servem mais para a sua realização. Pode gerar também momentos de revolta, de rebeldia, de necessidade de se impor contra qualquer sistema imposto que a pessoa venha sentindo como prisão. “Não agüento mais isso!” e “Dar um basta” serão expressões cada vez mais repetidas a partir deste novo ano.

Isso é simbolizado pelo planeta Urano, voltado para o novo e para o futuro, para a originalidade, imprevisível e individualista, entrando no signo de Áries, que é o signo do impulso imediato de da imposição do eu no mundo pela vontade. Além disso, a partir de junho, o planeta Júpiter também estará entrando no signo de Áries. Júpiter amplia tudo o que toca então a energia de individualismo deve estar expandida e em alguns casos até mesmo extremada.

Entretanto, esta configuração estará recebendo oposição de Saturno, o planeta que fala de limitações e estruturas, que estará transitando pelos signos de Virgem e Libra.  Ou seja: haverá um conflito entre fazer tudo o que ser quer e a necessidade de ordem, coerência, prudência e o senso prático de Virgem. Posteriormente, essa energia individualista e imediatista do Urano em Áries esbarra com a necessidade de levar o outro em consideração, e também com os limites que serão traçados pelo outro, através da Libra. Até que ponto posso fazer o que quero? Até que ponto minha liberdade de agir não interfere na liberdade do outro?

O contrário também é verdadeiro: um excesso de regras e picuinhas do Saturno em Virgem, as constantes críticas, condições e proibições; assim como a necessidade de manter as aparências do Saturno em Libra e sua a “paz” imposta, muitas vezes evitando discutir assuntos importantes e tocar em pontos difíceis para evitar um conflito, podem levar uma revolta de um desejo de libertação imediata dessas situações.

Portanto, nos relacionamentos, a tendência é um dos indivíduos assumir o papel de imprevisível e rebelde, e a outra pessoa de ser aquele que impõe as regras e os limites. Quando um dos envolvidos resolver fazer aquilo que bem entender, haverá o outro para lhe lembrar que não é bem assim, que sua vontade não é absoluta, apontando muitas vezes para a questão do que é “justo”.

Um dos lados pode também se comportar de forma bem excêntrica, e o outro lado tentar encaixar essa pessoa dentro de uma norma, um padrão. Outra possibilidade é que um dos lados simplesmente se auto-anular, “tudo pela paz”, para manter a situação vigente, sendo permissivo para com abusos alheios.

Além disso, tanto Urano quanto Saturno aplicam uma quadratura a Plutão, o grande transmutador do zodíaco, que se encontra no signo de Capricórnio, que é o signo do status, da ambição, e do indivíduo inserido no mundo, no meio social e profissional.

Forma-se portanto um cenário de pessoas tentando a todo custo manter situações só pela aparência e o status. Um esforço desmedido em manter um relacionamento ou um emprego que não traz mais satisfação, em função de que os outros vão dizer, o que a sociedade vai achar. Haverá um aumento de formalização, contratos, garantias.

Entretanto, se por um lado Plutão em Capricórnio fala de um poder autoritário e controlador ao extremo, por outro lado, no final ele acaba fazendo um expurgo disso tudo. O que significa que as estruturas podem ficar tão rígidas, mas tão rígidas, que num prazo maior acabarão por ruir. Seca tudo, não há flexibilidade, então chega uma hora que quebra.

Este excesso de conservadorismo, formalismo e de controle em várias esferas sociais, acabará por gerar um sentimento de rebeldia muitas pessoas, que acabarão tomando atitudes drásticas e perdendo o emprego ou o casamento, se afastando da família. Serão aquelas pessoas que num momento de cabeça quente, jogarão tudo para o alto.

A medida para não se precipitar é uma avaliação profunda daquilo que é essencial em sua vida, que você esteja vivendo a sua verdade interna e não um padrão imposto pelo mundo das aparências, ou se você está sendo escravizado por algum sistema. Rupturas podem ser muito benéficas e libertadoras, mas devem ser feitas em momentos apropriados e nunca no calor do momento, caso contrário o indivíduo simplesmente pode achar que fez uma grande coisa e acabar ficando com as mãos vazias. É preciso coragem para romper e mudar? Sim. Mas é preciso também inteligência, planejamento, prudência.

Portanto, para 2010, teremos uma imensa oportunidade de olharmos para dentro de nós mesmos e descobrirmos o que nos faz feliz, onde está nossa realização, o que é essencial para cada um de nós. Entretanto, isso não será feito de forma isolada, mas levando em consideração o outro, a família, conscientes de que estamos inseridos em um contexto profissional e social.