A Dança do Planetas

O que proponho aqui é uma abordagem astrológica correspondente à ordem das orbes dos planetas a partir do sol, estudando como cada planeta deriva, simbolicamente, da manifestação do planeta anterior. Este artigo irá analisar o significado dos planetas do nosso mapa natal na mesma seqüência em que estes corpos se encontram no sistema solar, e não tem a pretensão de esgotar a simbologia dos mesmos. Não levarei em consideração o planeta Terra neste estudo, pois na astrologia a Terra é o referencial, e, para simplificar, será utilizada a mesma denominação geral (planeta) também para o Sol e para a Lua.

Assim como no sistema solar, em nosso mapa o SOL representa o centro. Em torno do Sol giram todos os demais planetas e corpos do sistema. O sol fornece luz e calor, o sol no nosso mapa também representa o tipo de luz e calor que emitimos. É a qualidade fundamental em torno da qual “giram” nossos planetas – nossa identidade básica. A forma como nossa luz e calor serão manifestados em cada instância do nosso ser é representada e matizada pela posição por signo e casa dos demais planetas do mapa.

MERCÚRIO, primeiro planeta do sistema solar, é o que mais rapidamente se desloca em torno do Sol. Em um mapa natal, Mercúrio simboliza movimento, além de nossa inteligência e capacidade de comunicação.  Se conseguimos nos comunicar, então temos a aptidão básica para nos relacionar. Chegamos então na VÊNUS. Ao nos relacionarmos (com as pessoas e com o mundo), despertamos o nosso desejo, outra energia associada a este planeta. O querer vem de Vênus. Se desejamos algo, alguém ou alguma situação, atribuímos um valor a isso. Ao darmos valor, manifestamos nossa afetividade  – outros dois conceitos representados por este planeta. Vênus também fala da beleza e do senso estético.

Todos estes aspectos do relacionamento ativam o nosso emocional, simbolizado pela LUA. É através da interação com as circunstâncias e sobretudo com outros seres humanos que o todo o nosso conteúdo emocional é ativado. Ele traz consigo toda a carga dos nossos automatismos, nossas reações. A Lua é o corpo celeste que se desloca mais rápido em um mapa natal, representando a inconstância de nossos estados emocionais. Não podemos esquecer que é o corpo celeste que se encontra mais próximo da Terra, ou seja: é nosso referencial mais imediato e primordial. A Lua também fala de tudo o que é familiar, e de nossos padrões de repetição.

Bem, chegamos a um ponto em que o ser humano tem uma mente que pensa, uma capacidade de comunicar-se, conseguindo assim estabelecer relações com outros indivíduos e daí despertar desejos que ativam o seu conteúdo emocional. O próximo estágio é a ação. MARTE, no nosso mapa, fala da maneira como agimos. Muitas vezes, para conseguirmos realizar nossos desejos, seja lá qual a sua natureza, precisamos lutar. Logo, Marte também vem falar de guerras  e da nossa agressividade. Do ponto de vista sexual, o relacionamento vai gerar um desejo (Vênus). O conteúdo emocional (Lua) vai dizer se você banca ou não este desejo. Se você o bancar, o próximo passo será agir para realizá-lo (Marte). Vênus é a capacidade de envolver e seduzir, Marte é forma de conquistar. Vênus é a sensualidade, Marte a sexualidade.

Aqui concluímos os planetas conhecidos como pessoais. Os próximos planetas são considerados como sociais, por terem uma órbita consideravelmente mais lenta em torno do sol que os anteriores. O primeiro destes planetas é JÚPITER. Ele vem falar das escolhas do ser humano. Muito bem, você agiu. Mas a manutenção ou continuidade desta ação está diretamente relacionada às milhares de escolhas que você irá encontrar no decorrer do processo. Sem júpiter, marte é fogo de palha. Ele deseja, age, consegue ou não e era isso. Para escolher ou avaliar o resultado de uma ação, você precisa julgar. Esse juízo de valores que você mesmo faz, o quanto você se permite, também está relacionado a este planeta. Se fizer as escolhas corretas, você irá conquistar (Marte) e desfrutar (Júpiter). Júpiter também representa o otimismo, qualidade fundamental para levar uma ação até o fim. Se você age e sacia o seu desejo, você se expande. Júpiter é o planeta da expansão. Relacionado ao conceito de expansão, temos também o exagero.

Uma expansão infinita acarretaria em uma “explosão” ou “dissolução” do ser, e acabaríamos muito distantes do nosso verdadeiro propósito ou centro de consciência: o sol. Para impor limites e compor uma estrutura, chega SATURNO. Este planeta fala de nossas dificuldades e aponta uma constante necessidade da aprimoramento na área do mapa onde ele se encontra. É onde o indivíduo precisa constantemente se superar. Por representar algo tão importante, ele aponta justamente para o que nos desperta medo. Saturno dá uma “segurada na onda” para que possamos sempre estar conscienciosos do nosso tendão de aquiles, e que enquanto não aprendermos a “fortalecer” esse ponto, a realização dos nossos desejos continuará batendo no vazio. Saturno fala do limite, nosso maior limitador é o tempo. Por isso saturno também é conhecido como um planeta cármico: ele fala das principais questões que temos a resgatar, ele fala do tempo: a nossa vida acontece dentro de um ínterim de tempo. Saturno dá a prudência e a consciência de direcionamento, de realizarmos algo que seja duradouro. Após a avaliação de júpiter caimos no saturno: podemos estar satisfeitos com aquilo que conquistamos, mas sempre queremos algo mais. E é esse algo mais que movimenta o ser humano em direção a sua evolução ou ambição (em vários casos, a ambos). Saturno pesa. É o peso da responsabilidade das nossas escolhas. Só através desta responsabilidade podemos ser livres.

Passamos então aos chamados planetas coletivos. A liberdade é simbolizada por URANO, o próximo planeta do sistema solar. No simbolismo astrológico, Urano “vibra” freneticamente. É associado com eletricidade. Onde ele se encontra no mapa há uma quebra, um despertar, é a área onde acontecem as rupturas com os padrões. Podemos dizer que o urano é uma espécie estado catártico. A energia ficou tão tão reprimida e comprimida em saturno, que quando ela “sai”, sai a mil, “ricocheteando”. É a vibração necesária para não se deixar derrotar pelo pessimismo de saturno, que tantas vezes pesa em nossas vidas. Urano é a reação ao saturno. Pois, uma vez que eu já superei os meus limites, já estou pronto para o novo, e é disso que o Urano vem falar. O saturno é o limite, urano é a quebra. O saturno é a âncora, o urano é a força empenhada em içar a âncora para deixar o navio partir rumo a mares nunca antes navegados. Por vibrar tão intensamente e por buscar o novo, urano é associado também ao inesperado e a acidentes – tudo o que é repentino é de natureza uraniana. No urano já temos consciência de individuação.

Essa vibração toda de Urano acaba resultando numa dissolução – como se ele vibrasse tão rapidamente que no ponto máximo de sua vibração ele se dissolvesse. Chegamos então a NETUNO. Netuno está relacionado à dissolução do ego, só através dela conhecemos a entrega. Por isso, este planeta está ligado aos conceitos de espiritualidade e de amor incondicional. É vivenciando o Netuno que você tem condições de diluir-se no todo e  comungar com algo maior que você mesmo. Netuno é a energia do além. Ele fala também de alcançar estados alterados de consciência, acessar prismas de outras realidades que não a cotidiana – assim Netuno trata de transcendência. Quando você está apaixonado, passa a habitar uma espécie de “universo paralelo”. É nestes estados e universos paralelos que estamos em contato com Netuno. A entrega e a fuga da realidade cotidiana podem ser encontradas também em outros portais netunianos: a espiritualidade, as artes em geral e principalmente a música, o universo onírico ou mesmo as drogas.  Para chegar a manifestação positiva do Netuno, é preciso ter vivido bem o Saturno, pois ele nos dá a base para que não se perca o contato com a realidade do aqui agora. Como nem sempre estamos em sintonia fina com a percepção mais sutil, Netuno pode levar a enganos e ilusões.

Através das experiências vivenciadas no Netuno, temos condições de acessar o que temos de mais profundo e sombrio em nossa alma, representado pelo planeta PLUTÃO. Ao acessar a área onde este planeta está localizado no mapa natal, temos a sensação de que iremos trazer à tona o que há de mais “podre” dentro de nós, nos expondo demais. E que se fizermos isso, não seremos amados. Por isso, temos um certo bloqueio em relação a esta área, como um vulcão prestes a entrar em erupção. É no Plutão que está o grande desafio e potencial de transformação de nossas vidas, pois aqui é que ocorrem os questionamentos que nos levarão a entrar em contato com nosso lado obscuro, conhecê-lo e transmutá-lo. É como mexer numa colméia: podemos sair machucados, mas é onde encontraremos o mel. Tais atos e questionamentos só poderão ocorrer de forma construtiva se vivenciarmos os aspectos positivos de Netuno, caso contrário poderão ter um efeito extremamente destrutivo/corrosivo sobre si mesmo e/ou sobre o meio. Plutão trata das sombras e profundezas, logo ele também fala sobre mistérios  e exerce uma atração magnética sobre a natureza humana. O maior mistério e a maior transformação do ser humano é a morte. Plutão trata da própria obcessão de não pairar na superfície: ele investiga até conhecer o verdadeiro âmago. Quando atingimos o âmago de algo, existe a possibilidade de fusão,  e a fusão mais completa experienciada pelo ser humano ocorre através do sexo.  Por todas essas características, é no plutão que alcançamos nosso verdadeiro poder.

O ser humano vive esta dança dos planetas diariamente. De uma forma ou de outra, sempre acabamos acessando as energias representadas por cada um dos planetas. A questão é que se estivermos conscientes deste processo, estaremos acessando as polaridades positivas destas energias, e elas trabalharão a nosso favor. Caso contrário, nos sentiremos manipulados, coagidos e adotaremos uma atitude fatalista diante das circunstâncias e fatos da vida.

Marte e o Guerreiro Interior

Marte rege o signo de Áries e tradicionalmente, é co-regente de Escorpião junto com Plutão. É exaltado em Capricórnio e está em triplicidade com os outros signos de fogo: Leão e Sagitário. Esse planeta leva o nome do deus romano da agressividade e da guerra – e esses mesmos atributos podem ser relacionados ao posicionamento deste ponto em nosso mapa Natal. Essencialmente, Marte é ação, impulso, e representa:

  • De que forma eu ajo.
  • Onde tenho a capacidade de iniciar coisas, o fogo inicial. Fala da forma como canalizo a iniciativa e a vontade.
  • É a forma como eu luto por aquilo que quero, e a forma como eu luto está ligada à agressividade. Conquisto meus desejos através do Marte.
  • Capacidade e forma de auto-afirmação / impulso auto-afirmativo e agressivo.
  • Impulso para agir decisivamente.
  • Necessidade de estímulo físico e sexual.
  • Coragem. Força de vontade voltada conscientemente para atingir uma meta válida.
  • Energia física, vigor. O Masculino.
  • Impaciência, violência, uso inadequado de força ou ameaças.
  • Assertividade, muitas vezes causando conflito.

  • No mapa da mulher:homem ideal. No mapa do homem: que tipo de homem eu sou, que tipo de imagem masculina eu projeto.

  • O signo de Marte fala da forma como os significados acima irão se apresentar, de acordo com suas características e atributos (Por exemplo: como eu ajo, qual a qualidade do meu impulso, etc). A casa astrológica que este planeta ocupa mostra a área de minha vida onde essa energia irá se expressar com mais evidência – minhas ações e iniciativas serão direcionadas com foco nos assuntos deste setor. As relações de Marte com outros pontos ou planetas – os aspectos – mostram as ajudas e os obstáculos em realizar essa ação.

    Conhecer o posicionamento de Marte no mapa, seus pontos fortes e deficientes, ajuda a entender as minhas motivações, como eu ajo no mundo e porque eu ajo dessa forma – me colocando mais próximo de meus objetivos e metas.

    A Dança dos Planetas

    Este artigo propõe uma abordagem astrológica correspondente à ordem das orbes dos planetas, estudando como cada planeta deriva, simbolicamente, da manifestação do planeta anterior, analisando o significado dos planetas do nosso mapa natal na mesma seqüência em que estes corpos se encontram no sistema solar.

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