A Leitura do Tarot

Em minhas consultas, por ética pessoal e orientação filosófica, não respondo perguntas referentes a vida de terceiros. Primeiro, porque quem está me dando a autorização para olhar em sua vida, através do corte do baralho, é o consulente, não seu conjuge, amante, amor platônico, colega de trabalho, chefe, mãe, filho, amigo, parente ou empregada. Em segundo lugar, porque as respostas que buscamos para que possamos verdadeiramente assumir as rédeas de nossas vidas devem estar em nós mesmos, não nos outros. Essa postura me custa inúmeros clientes que preferem entregar a responsabilidade e o controle de suas vidas a outras pessoas. Não estou, através disso, querendo dizer que a traição e a injustiça não existam, que o filho não possa estar consumindo drogas escondido ou que a vizinha não sinta inveja de você, ou que não existam questões que estejam fora da nossa alçada, que não existe destino ou contexto social. O que eu quero dizer é que mais importante que saber se o outro faz isso ou aquilo com você, é como você é afetado e porque atrai esse tipo de energia. Não é um raciocínio simplista ou que envolva culpa pessoal, e sim uma análise de camadas mais profundas do ser, que pode implicar em:

1. Uma etapa do crescimento espiritual que acaba atraindo certas situações de aprendizado;
2. Algo que ressoa dentro do seu ser que acaba atraindo sempre os mesmos padrões de situações, pessoas, problemas. (Se separa de um casamento e arranja outro igual, com os mesmos problemas, por exemplo).

Entretanto, nem todas as perguntas levam, necessariamente, a esse nível de aprofundamento. Existem consultas aparentemente mundanas que acabam revelando questões mais profundas, outras não. E o Tarot, sim, também tem essa função oracular. Se o consulente chega perguntando se é um bom momento para investir em uma viagem, e sai com a resposta em psicologiquês de que “sua necessidade de viajar está relacionado ao processo de fuga de alguma situação”, sem um sim ou não objetivos para a questão, existe 99% de chance de que se trate de um charlatão que não saiba ler o Tarot e esteja só enrolando com uma verborragia calcada em chavões de manuais de auto-ajuda.

Tão importante quanto o estudo e o conhecimento dos Arcanos, é o conhecimento dos métodos. Para cada tipo de consulta existe uma forma mais eficaz de dispor as cartas, não aleatória, que contribui em si para seu resultado.  Trata-se de uma questão objetiva ou subjetiva? É uma pergunta específica ou análise geral de uma situação? Com prazo, data ou atemporal? Mundana ou voltada para o plano de desenvolvimento da consciência? Demanda um aconselhamento ou uma previsão? Enfim, são diversos os fatores a serem considerados na hora de selecionar o método.

Concluindo, uma boa leitura de Tarot está fundamentada em muito estudo; não apenas das cartas, mas de todo o seu Universo, assim como o constante aprimoramento dos dons da Inpiração e da Intuição. Para informações complementares a este texto, clique aqui e leia o post “A Estrutura do Tarot”.

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